MENSAGENS

Tempo de amar

    Jesus nos deixou um grande desafio: amar como ele amou. Em sua escala de valores esse sentimento estava sempre em primeiro lugar, pautado em uma intensa relação com o Pai, com o Espírito Santo e também com José, Maria, seus irmãos e discípulos. Jesus soube como ninguém traduzir este sentimento através de atos e atitudes, nos quais demonstrou que a amizade significa, sobretudo, dar, incentivar, crer, apoiar, compreender, defender, aceitar, perdoar, confrontar, enfim, amizade traduz-se em simplesmente amar.
    Jesus demonstrou com galhardia que é possível solidificar uma amizade mesmo não havendo total compatibilidade de interesses, de ideais e motivações. Como ocorreu com o amigo Pedro, a despeito de suas fraquezas ele simplesmente o amou e o aceitou. Também vivenciou os benefícios de uma amizade próxima e duradoura com Lázaro, Marta e Maria (Lc 10: 38-42).
    Jesus estabeleceu os requisitos básicos para solidificarmos bons relacionamentos entre amigos: respeito, consideração, tolerância e humildade. Vamos descobrir que é tempo de amar e cuidar dos nossos amigos, de vivenciarmos seus medos e traumas, de promover ações palpáveis e mensuráveis e também de cuidar e preservar dos laços de amizades que cultivamos.
     Vivenciar seus medos e traumas – “Assim como os perfumes alegram a vida, a amizade sincera da ânimo para a vida” (Pv 27.9 NTLH). Como é bom ter amigos sinceros, quem tem um amigo sempre tem forças para seguir adiante na sua longa jornada, pois receberá o apoio necessário para enfrentar qualquer obstáculo ou adversidade que a vida possa oferecer. Foi assim na relação de amizade entre Rute, a nora, e Noemi, a sogra (Rute 1.16- 16 e 17). Como uma amiga sincera Rute pode ajudar sua sogra a vencer seus medos e traumas não a abandonando no momento mais difícil de sua vida. Sem nada esperar em troca Rute simplesmente a amou e se doou exprimindo sua gratidão e companheirismo. Inspirados nesta história real vamos buscar fortalecer nossa rede de relacionamentos, vamos estender a mão e ajudar nossos amigos.
    Promover ações palpáveis e mensuráveis – Em 1 João 3.18 o autor nos diz que o amor verdadeiro traduz-se por meio de ações práticas. Na Bíblia encontramos vários registros de situações marcadas por pactos de amizades. Abrão e Ló (Gn 14: 14-16): Abrão tomou uma atitude imediata para salvar o sobrinho e amigo Ló, uma intervenção oportuna, exercício do dom de socorro; Jonatas e Davi (1 Sm 18:1-4): Jonatas supriu de forma desprendida as necessidades do seu amigo Davi ao doar sua capa, túnica, espada, arco e cinto; Daniel, Sadraque, Mesaque e Abede-Nego (Dn 2:49): Daniel reconheceu a importância dos seus amigos em sua vitória. A amizade vai além da proximidade geográfica e se fortalece a cada reencontro, a cada conversa por telefone e porque não dizer através das redes sociais tão populares ultimamente.
    Cuidar e preservar da amizade e do amigo – A amizade verdadeira traz benefícios mútuos - "Como o ferro com o ferro se afia, assim, o homem, ao seu amigo" (Pv 27:17 RA). Nada melhor do que ter a certeza de que a cada novo dia teremos amigos com os quais poderemos contar e confiar. A amizade sincera é fonte perene de conforto, de segurança e autoconfiança para nossa alma. Portanto, é imprescindível preservarmos nossas amizades. Parafraseando a canção popular “amigo é coisa para se guardar do lado esquerdo do peito”. Alguém criou o Dia do Amigo, 20/07, porém não precisamos esperar até essa data para ter uma atitude positiva por alguém que é tão significativo para nós. Preservar exige esforço, iniciativa, intencionalidade e atitudes práticas.
    Uma amizade verdadeira é um pacto para toda a vida, pois “... um verdadeiro amigo é mais chegado que um irmão” (Pv 18:24 NTLH), mas também é uma oportunidade que Deus nos dá para realizarmos a tarefa que Jesus nos deixou; amar, é Tempo de Amar!
         Pr. Marcelo Galhardo (IGREJA PRESBITERIANA INDEPENDENTE DE LONDRINA-PR).

A Igreja rumo à maturidade

Warren Wiersbe, insigne comentarista bíblico, diz que o apóstolo Paulo oferece-nos três retratos da igreja em sua Primeira Carta aos Coríntios, capítulo três: a igreja é uma família cujo alvo é a maturidade; a igreja é um campo cujo propósito é a quantidade; e, a igreja é um edifício, cuja finalidade é a qualidade. Vamos considerar essas três figuras.
1. A igreja é uma família, cujo alvo é a maturidade (1Co 3.1-5). Na igreja de Corinto o processo de maturidade espiritual estava atrasado. Os crentes ainda eram crianças em Cristo, imaturos e, estavam bebendo leite, quando deveriam ser pessoas adultas e maduras na fé. Por serem crianças espirituais estavam andando segundo o homem e criando partidos dentro da igreja, promovendo o culto à personalidade. Na igreja de Corinto havia quatro partidos: o partido de Paulo, de Cefas, de Apolo e de Cristo. Não que esses líderes contribuíssem para essa atitude carnal; ao contrário, combatiam-na com tenacidade. Um crente imaturo tem sempre a tendência de seguir um líder e tornar-se dependente dele, em vez de ter um relacionamento pessoal com Jesus. Um crente carnal sente-se mais seguro sob a sombra de alguém do que caminhar resoluto com os olhos fitos em Deus. Um crente carnal é um crente a reboque como Ló; se a corda que o prende a seu líder se romper, ele fica à deriva. Paulo diz que a igreja é uma família, onde essas crianças espirituais precisam crescer rumo à maturidade.
2. A igreja é um campo, cujo propósito é a quantidade (1Co 3.6-9a). Paulo muda a metáfora da família para o campo e passa da linguagem doméstica para a faina da agricultura. Se o alvo da família é a maturidade, o alvo do campo é a quantidade. Num contexto de disputas e invejas dentro da igreja, Paulo afirma que um planta, o outro rega, mas o crescimento vem de Deus. Quem deve receber a glória pelos resultados da colheita não é o que planta nem o que rega, mas Deus, que dá o crescimento. Quem planta ou quem rega, ambos devem ter o mesmo propósito. Eles visam o mesmo resultado. Por isso, vão receber sua recompensa. Porém, precisamos entender que somos apenas cooperadores de Deus e lavoura de Deus. Ao mesmo tempo em que somos cooperadores de Deus, ou seja, semeadores que cuidam da semente para que ela brote, cresça e tenha condições de frutificar, também, somos a própria lavoura de Deus que deve produzir muito fruto, a fim de que Deus seja glorificado.
3. A igreja é um edifício, cuja finalidade é a qualidade (1Co 3.9b-17). Ao tratar da igreja, mais uma vez Paulo muda a metáfora. Agora faz uma transição do campo para o edifício, da quantidade para a qualidade. A igreja é um edifício. Esse edifício tem um fundamento, que é Cristo. Ninguém pode lançar outro fundamento. Edificar nossa vida espiritual sobre outra base é consumada insensatez. É como construir sobre a areia. É construir para o desastre. Sobre o fundamento que é Cristo precisamos construir com materiais nobres e duradouros como ouro, prata e pedras preciosas. O uso de materiais perecíveis como madeira, palha e feno não suportaria a prova de fogo e o resultado é que essa obra pereceria irremediavelmente. Esse edifício precisa ter qualidade. A vida cristã é uma vida de excelência e não de incúria e descuido espiritual. Paulo usa esta figura para mostrar que esse edifício é o próprio santuário de Deus, e esse santuário não é um monumento morto, mas um edifício vivo, pois nós somos o santuário de Deus e ele habita em nós. Porque Deus habita em nós, esse santuário é sagrado e não pode ser destruído. Esse santuário é o nosso corpo e devemos glorificar a Deus nele, sabendo que se nos dedicarmos a uma construção com qualidade receberemos de Deus o galardão.

HERNANDES DIAS LOPES (Pastor da Primeira Igreja Presbiteriana de Vitória)

Evangelização, a hora é agora


A evangelização requer urgência. Precisamos ganhar para Cristo a nossa geração nesta geração. Fracassar nesse quesito é falhar de forma irremediável. A igreja primitiva sem os recursos dos tempos modernos ganhou sua geração para Cristo. O segredo desse sucesso é que cada cristão era um portador de boas novas. A evangelização não era um programa, mas um estilo de vida. A evangelização não era centrípeta, mas centrífuga, ou seja, eles não esperavam que os pecadores viessem a eles; eles iam aos pecadores. Os cristãos não se acomodavam no templo esperando que os pecadores os buscassem; eles iam lá fora onde os pecadores estavam para ganhá-los para Cristo. Eles não pescavam na banheira, eles lançavam suas redes onde havia abundantes cardumes. Não podemos limitar o evangelismo aos cultos especiais que realizamos no templo. Muitos jamais entrarão no templo. Precisamos ir a eles, onde eles estão, nos logradouros, nas praças, nas universidades, nas escolas, nos escritórios, nos clubes, nos estádios, nas praias, nos hospitais. Jesus nos ordena a ir por todo o mundo e pregar o evangelho a toda criatura. O propósito de Deus é o evangelho todo, por toda a igreja, a cada criatura, em todo o mundo. Não cumpriremos essa agenda sem a mobilização de todos os crentes. Não alcançaremos vitória nessa empreitada sem usarmos todos os meios legítimos e todos os recursos disponíveis.
A igreja contemporânea está notoriamente acomodada. Hoje quase não saímos das quatro paredes. Estamos confortavelmente instalados em nossos templos. Reunimo-nos para edificarmo-nos a nós mesmos. Realizamos conferências para equiparmo-nos a nós mesmos. Frequentamos congressos para engordarmo-nos a nós mesmos. Lemos livros e mais livros para enriquecermo-nos a nós mesmos. Parece que quanto mais conhecimento adquirimos menos nos comprometemos com a causa do evangelho. Temos uma larga visão do mundo, mas não enxergamos mais aqueles que perecem à nossa porta. Não buscamos mais a centésima ovelha perdida. Estamos satisfeitos com as noventa e nove que estão no aprisco. Não acendemos mais a candeia para procurar a moeda perdida. Estamos gastando todo o nosso tempo lustrando as moedas que temos. Não esperamos mais a volta do pródigo que se foi. Estamos contentes com o filho que ficou. Precisamos imitar a Jesus, que veio buscar e salvar o perdido. Jesus entrou nos lares, nas sinagogas, no templo. Ele ensinou na praia e nos montes. Ele percorreu as estradas e andou por toda a parte. A religião cristã era a religião do caminho, do movimento, da ação. Precisamos, à semelhança de Jesus, ir lá fora, onde os pecadores estão. Eles estão desorientados como ovelhas sem pastor. As multidões estão exaustas e aflitas precisando de direção. O evangelho é a única resposta para o homem. Esse tesouro está em nossas mãos. Deus no-lo confiou. Não podemos retê-lo. Precisamos reparti-lo. O tempo urge. A hora é agora!
Precisamos gastar as solas dos nossos sapatos mais do que os assentos dos nossos bancos. Precisamos testemunhar tanto publicamente como também de casa em casa. Precisamos falar para grandes auditórios e também para pequenos grupos. A família, a escola e o trabalho devem ser nossos campos missionários. Onde houver uma vida sem Cristo, ali deveremos estar com a mensagem da salvação, pois a evangelização é uma missão imperativa, intransferível e impostergável.

HERNANDES DIAS LOPES (Pastor da Primeira Igreja Presbiteriana de Vitória)

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